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Direitos dos animais, deveres da população

Maltratar os animais é crime, mas nem assim eles são poupados. Voluntários se mobilizam para salvar os bichinhos agredidos e conscientizar as pessoas


Em parceria, Débora Saito e Flávia Monteiro cuidam da saúde de Thor, vítima de um atropelamento (Foto: Janine Silva/CB/D.A Press)
Em parceria, Débora Saito e Flávia Monteiro cuidam da saúde de Thor, vítima de um atropelamento (Foto: Janine Silva/CB/D.A Press)

Água limpa e fresca; comida de qualidade; ambiente limpo e espaçoso; ventilação e proteção ao sol são algumas das necessidades de qualquer animal. Direitos deles e obrigações daqueles que se dispõem a ter um pet. Por mais básicas e simples que pareçam, porém, muita gente se nega a tomar esses cuidados e deixam os bichos em situação vulnerável. Pior, muitos são abandonados, feridos e envenenados. Mas fica o alerta: o que alguns pensam ser apenas crueldade é também considerado crime ambiental.

De acordo com dados da Polícia Civil do Distrito Federal, só nos primeiros seis meses deste ano o número de denúncias de maus-tratos a animais já superou o total registrado em todo o ano passado. A informação é vista com bons olhos por Roberto Carlos Batista, promotor da 1ª Promotoria de Justiça de Defesa Ambiental do Ministério Públido do DF. Ele não acredita que a quantidade de agressões tenha aumentado, mas sim que as pessoas estão mais atentas ao descaso com os bichos. “Os veículos de comunicação têm insistido na questão da consciência ambiental e, consequentemente, a população se sente mais à vontade para denunciar os abusos.' Batista incentiva a vigilância. Para ele, trata-se de uma obrigação. “A preservação do meio ambiente, de acordo com nossa Constituição, é trabalho de todos.”

Rede de proteção - Dálethy Santos, 21 anos, estudante de pedagogia, é uma protetora de animais independente. Ela se dedica a ajudar os bichinhos maltratados há três anos. Até então, foram 15 vítimas que ela cuidou e para as quais conseguiu abrigos. Uma vez, até recorreu à polícia para resgatar um cão abandonado em um lote fechado. Ela conta como nunca precisou tirar dinheiro de seu próprio bolso para ajudar bichos que encontra e sempre conseguiu donos e lares para todos: “Minha ferramenta é o Facebook”.

O último deles foi Thor, um cão filhote encontrado há aproximadamente duas semanas. Ele foi atropelado e passou quatro dias em agonia. Com a pélvis e a pata traseira quebradas, Dálethy descreve o estado em que ele se encontrava: “Thor tremia de dor. As pessoas passavam e não faziam nada”. Ao colocar fotos na rede social explicando o ocorrido, a estudante recebeu o apoio da dentista Débora Saito, 29 anos. A moça se ofereceu para pagar o tratamento e abrigar temporariamente o cão. Infelizmente, a situação de Thor era muito grave e o preço para curá-lo ultrapassava muito o que ela podia pagar.

As duas uniram esforços. Graças à rede social, conseguiram muitas doações. “Foi dinheiro, bicicleta para ser rifada e uma consulta com um dos melhores ortopedistas da cidade”, conta Débora Saito. Foi também pelo Facebook que encontraram Flávia Monteiro, estudante, 22 anos. Ela garantiu um lar definitivo a Thor, que ainda hoje estranha estranha um pouco a futura dona: “É um desafio cuidar de um animal que já foi tão maltratado. Tem que conquistá-lo”, constata Flávia. Ele se muda em breve, quando melhorar mais. O cão já caminha um pouco mais, começou a fazer fisioterapia na última semana e talvez passe por uma cirurgia.


Fonte: Diário de Pernambuco - Publicado neste site em 11/08/2012


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