Ter um cãozinho de estimação é certeza de momentos de pura alegria, mas também pode significar dor de cabeça quando seu animal começa a ter hábitos nada sadios. Alguns tendem a destruir a mobília da casa, atacar as pessoas ou usar a sala de estar como banheiro.
A bacharel em Direito Nayara Morais ganhou um cachorrinho de presente. Hoje, Touche, como é chamado o animal, tem três meses de pura peraltice. A dona diz que já teve prejuízos com objetos danificados em sua casa. Livros, bichos de pelúcia, blusas, sandálias e até mesmo a fonte de energia do computador estão na lista de “vítimas” preferenciais de Touche, o cão danado.
“Tudo que vê pelo chão ele come ou rói. Não dá para sair e deixá-lo sozinho em casa porque é dor de cabeça na certa quando voltar ”, diz Nayara.
Educação
O Adestrador Jaime Dias da Silva, o Jaiminho, diz que quem faz o cachorro é o próprio dono.
“Todo cachorro quando chega à casa procura pelo líder, quando não tem ninguém que exerça este papel e lhe dê comando, naturalmente ele se põe nesta posição tornando a convivência muito difícil, ” comenta Dias.
A idade ideal para um pet (cão de companhia) começar o programa de obediência básico é aos seis meses de idade. “Quanto mais cedo ele for condicionado a responder à voz ou gestos de comando, melhor”, recomenda o adestrador.
Muito da má educação dos cães se deve a falta de atenção de seus donos com eles. “Coisas simples como demonstrar carinho, repreender na hora certa, passeios regulares. Tudo isso desestressa o cachorro. Ter um pet não é somente dar banho, comida e abrigo, eles precisam de amor”, comenta.
Alternativa
Se seu pet lhe causa problemas e já atingiu a idade adulta, o adestramento torna-se mais difícil, mas não impossível. O ideal é complementar o treinamento com a chamada zoopsiquiatria. Esta técnica visa investigar a fundo a causa dos problemas do cão. A partir daí, uma série de atividades são desenvolvidas especificamente para o cão, visando a melhoria do problema.
Além de trabalhar com o animal, zoopsiquiatria trabalha com o ambiente em que ele vive e com as pessoas que convivem diretamente com o mesmo. Isto porque os donos muitas vezes são os próprios causadores dos problemas de seus cães, de forma involuntária ou não. Logo, o cão sofre com o stress que lhe é causado.
“Este serviço surgiu pela necessidade que as pessoas têm. Muitas não sabem transmitir corretamente seus desejos aos seus pets. Isto afeta o relacionamento entre o cão e seu dono.” diz Franklin Oliveira, proprietário da clínica veterinária.
Vínculo emocional
O conceito de terapia para animais ainda é tímido no Brasil. Existem cerca de dez profissionais no País, e apenas um na região Norte.
Tainá Briteño atende todos os tipos de animais. Mas falando especificamente de cães, ela conta que seu trabalho é ajudar a desenvolver a mente e o vínculo emocional entre o cão e seu dono.
“Observo o comportamento do cão na rua, e em casa com a família. Após esta pesquisa eu posso desenvolver a terapia correta para o animal e dizer quais hábitos o dono deve mudar em relação ao seu pet”, finaliza a zoopsiquiatra.
Fonte: A Crítica - Publicado neste site em 03/02/2012