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'O proprietário tem que reconhecer que o animal também envelhece e que essa é a fase de sua vida que ele mais precisa de sua atenção e cuidados, até como forma de gratidão pelos anos de alegria que seu animal ofereceu', ressalta a veterinária Nátalie Massaro Rosa, da Estaçao Animal Massaro.
Segundo ela, os donos costumam levar o animal ao veterinário se queixando de que o cão passou a fazer xixi dentro de casa ou a ficar preso atrás de objetos e móveis. 'Acham que isso pode ser apenas desobediência e esquecem que pode haver um problema de saúde envolvido', comenta.
A idade em que cada cão se torna idoso depende do porte do animal. Quanto maiores o peso e o porte da raça, mais rápido ele atinge o envelhecimento. 'O primeiro sintoma de idade avançada é a diminuição de entusiasmo para atividades físicas e do interesse pelo que acontece à sua volta', ensina a veterinária.
Mas o dono deve estimular passeios e atividades físicas, embora em menor intensidade do que a habitual, para evitar a sobrecarga das articulações, que pode resultar em dor e dificultar ainda mais a movimentação. De acordo com Nátalie, as atividades atenuam a atrofia musculoesquelética por desuso. 'Faça caminhadas mais curtas, em piso áspero e sem ladeiras. Também se deve evitar brincar de bola em piso escorregadio. Sempre deixe o cão à vontade para mostrar o seu limite', diz.
Dieta
A alimentação balanceada e com ingredientes de qualidade também é fundamental. Nátalie explica que um cão mais idoso se torna menos ativo e passa a dormir mais horas por dia, precisando de menos energia em sua dieta. 'Rações específicas, chamadas de ‘senior’, são ideais. Têm menos gordura e mais fibras, que ajuda na manutenção do peso, e menos proteínas, para não sobrecarregar os rins.'
Nada de mudanças
Como perdas de visão e audição são comuns no animal idoso, o dono deve evitar mudanças no mobiliário e na rotina da casa. 'Também pode haver alterações no senso de direção do animal. As mudanças podem deixá-lo ansioso, desorientado e receoso de se movimentar, explica Nátalie.
Mas se o cão começar a apresentar desorientação - não reconhecer o ambiente, ficar preso embaixo de mesas, trombar com objetos ou mudar sua interação social com animais e pessoas -, mesmo sem ter havido mudança no ambiente, fique atento. Ele pode estar com a síndrome da disfunção cognitiva senil, muitas vezes comparada ao mal de Alzheimer em humano, tratável com oxigenador cerebral.
Para envelhecer com qualidade de vida e dignidade
• Faça visitas regulares ao veterinário e mantenha a vacinação e a vermifugação sempre em dia.
• Adote desde cedo uma alimentação de qualidade e adequada para cada fase da vida e evite o sobrepeso.
• Procure exercitá-lo constantemente, de forma moderada, e evite atividades físicas exageradas, mas não deixe de levá-lo para passeios curtos e animados.
• Evite mudanças na rotina e ambientais.
• Tenha paciência frente a erros cometidos, como urinar e defecar dentro de casa. Broncas, gritos e castigos devem ser evitados, pois não surtirão o mesmo efeito de quando ele era filhote.
• Ofereça um ambiente confortável e protegido de alterações climáticas (por ter diminuição do metabolismo, ele pode ter mais frio).
• Acostume seu cão desde cedo à rotina de escovação dental; controle sua condição dentária.
• Mantenha o vínculo afetivo com seu cão; sentir-se amado é fundamental para uma velhice digna.