Na terça-feira (28/04), pesquisadores da Duke University, na Carolina do Norte, relataram que um pug chamado Winston havia testado positivo para o vírus durante um estudo que consistia em fazer exames em famílias na região. Se os resultados forem precisos, Winston provavelmente seria o primeiro cão infectado com o coronavírus nos EUA.
“Os pugs são um pouco incomuns porque tossem e espirram de uma maneira muito estranha”, disse à NBC News Heather McLean, tutora de Winston e professora de pediatria na Faculdade de Medicina da Universidade de Duke. “Então, quase parece que ele estava engasgando, e houve um dia em que ele não quis tomar seu café da manhã, e se você conhece pugs, sabe que eles gostam de comer, então isso parecia muito incomum.”
No início deste mês, funcionários do zoológico do Bronx, na cidade de Nova York, informaram que um tigre chamado Nadia havia testado positivo para o coronavírus que causa COVID-19. Nadia e outros grandes felinos do zoológico também apresentavam doenças respiratórias leves, semelhantes aos sintomas associados a COVID-19 em humanos. Pelo menos oito grandes felinos no zoológico testaram positivo, incluindo um gato que parecia livre de sintomas.
Não são apenas os gatos suscetíveis ao vírus. Os primeiros relatos de animais de estimação com COVID-19 envolveram dois cachorros em Hong Kong.
Em meio a mais relatos de animais (de estimação ou não) com resultados positivos em exames para o novo coronavírus, o CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA) atualizou suas diretrizes sobre distanciamento social este mês para incluir nossos companheiros peludos. No entanto, não há evidências de que os animais de estimação estejam desempenhando um papel importante na disseminação do vírus para as pessoas.
No início de abril, o CDC começou a reconhecer casos de animais com resultado positivo para o vírus, embora se referisse a esses relatórios como provenientes de fora dos EUA. Em meados de abril, a agência ofereceu diretrizes de precaução sobre distanciamento social aplicável a animais de estimação e pessoas. Mais recentemente, desde 23 de abril, o texto da agência não diz mais que esses casos ocorreram somente fora dos EUA.
“Trate os animais de estimação como faria com outros membros humanos da família — não permita que eles interajam com pessoas ou animais fora da casa. Se uma pessoa dentro da casa ficar doente, isole-a de todos os outros, incluindo animais de estimação”, afirmava o órgão em sua página na web sobre animais e COVID-19 já em 14 de abril.
O CDC sustenta que o risco de pegar COVID-19 de animais de estimação é baixo, com base nas informações limitadas até o momento. Mas “até que saibamos mais sobre esse vírus, as pessoas doentes com COVID-19 devem evitar o contato com animais, sejam eles de estimação ou não”, alerta o CDC.
No momento, pelo menos, as chances de danos graves a animais de estimação como Winston também parecem baixas. Outras evidências sugeriram que, embora o novo coronavírus seja capaz de infectar animais não-humanos, ele não parece levar a sintomas graves como em pessoas. Não é de surpreender que o vírus possa atravessar a barreira da espécie, pois acredita-se que ele tenha se espalhado originalmente para seres humanos a partir de um animal desconhecido.