Talvez você seja uma das pessoas que amam gatos, ou uma das que odeiam ou têm alergia. De qualquer modo, quando você passa por um gato tirando uma soneca na poltrona, ou dando uma típica arranhada na parede, a última coisa que você pensa é que eles são indispensáveis, trabalhadores pesados da casa ou do mundo.
Mas, na verdade, os especialistas afirmam que se todos os gatos do mundo subitamente morressem, as coisas ficariam rapidamente “pretas” para nós.
Os gatos, tanto de estimação quanto selvagens, podem nos enganar para que pensemos que eles dependem da nossa comida ou lixo para sobreviver, mas, de acordo com Alan Beck, professor de medicina veterinária da Universidade Purdue, eles são predadores com habilidades de caça adaptáveis. “Eles são grandes predadores de pequenos animais, e podem sobreviver solitários quando há escassez de comida, ou viver prosperamente quando há comida abundante”, afirma.
E é por isso que sentiríamos falta deles. Gatos são vitais para controlar a população de ratos e outros roedores. Beck comenta que na Índia os gatos têm um papel significante na quantidade de grãos perdidos por conta de consumo ou contaminação por ratos. Em outras palavras, pode até ser verdade que os humanos alimentem os gatos, mas sem eles, nós teríamos menos alimento.
Mas quão dramaticamente a população de ratazanas iria aumentar se os gatos subitamente desaparecessem? Vários estudos já foram feitos para tentar descobrir esse dado.
Um deles, de 1997, descobriu que o gato comum doméstico mata mais de 11 animais (incluindo ratos, pássaros, sapos e outros) no período de seis meses. Isso significa que os nove milhões de gatos do Reino Unido (onde o estudo foi realizado) matavam coletivamente algo próximo dos 200 milhões de espécimes por ano – sem incluir os animais mortos que não eram levados para casa.
Outro estudo, da Nova Zelândia, em 1979, descobriu que, quando os gatos de uma pequena ilha foram quase dizimados, a população de ratos rapidamente quadruplicou.
E se a população de roedores se multiplicasse, causaria uma cascata de outros efeitos no ecossistema. Na mesma ilha da Nova Zelândia, por exemplo, os ecologistas observaram que, conforme os ratos aumentaram no lugar dos gatos, o número de ovos de alguns pássaros, que os ratos comiam, diminuiu. Se os 220 milhões, aproximadamente, de gatos domésticos do mundo morressem, a população de alguns pássaros cairia muito, enquanto os predadores de ratos, fora os gatos, iriam aumentar.