Índice de Notícias
Farrusco, um pequeno rafeiro de oito meses, sobreviveu por milagre à crueldade de quem o atirou para a morte de cima do tabuleiro da Ponte D. Luís, entre Santarém e Almeirim.
Moribundo, desidratado e muito debilitado, o cão foi resgatado pela Associação Scalabitana de Protecção Animal (ASPA) a meio de Abril, perto da Tapada, depois de dois dias a sofrer no meio das ervas.
Hoje, o cachorro está fora de perigo, tendo já sido submetido a três operações aos quatro membros, todos eles fracturados devido à queda superior a 20 metros.
Colocado perante a hipótese mais óbvia de abater o animal, o veterinário municipal, Francisco Grilo, decidiu tentar salvá-lo.
Foi ele quem mandou comprar os ferros e todo o material clínico necessário para as intervenções cirúrgicas, que o próprio realizou com sucesso, ajudado por outro veterinário, Dr. Rodrigo, e duas voluntárias da ASPA, Mina e Sílvia.
A primeira operação ocorreu a 20 de Abril, data em que o Farrusco foi operado às patas dianteiras, as que se encontravam em pior estado, pois um dos ossos estava exposto depois de ter rasgado a carne.
Depois de uma semana de recuperação, o cachorro foi novamente submetido a uma cirurgia no dia 29 de Abril.
O osso da pata da frente foi cortado e colocado no lugar, e levou mais ferros num dos membros traseiros.
A outra pata de trás foi intervencionada no dia 6 de Maio.
Muito meigo, cheio de energia e já acostumado aos mimos, o Farrusco vive agora num parque infantil montado no gabinete de enfermagem do canil da ASPA.
Tem pela frente um longo período de recobro, em que vai ter que aprender novamente a andar, mas as expectativas são muito optimistas, segundo os voluntários da associação.
Parte da recuperação vai ser feita dentro de água, numa piscina oferecida por um particular que ficou sensibilizado com a história de sobrevivência do animal.
O carrinho de rodas que o Farrusco vai utilizar para se deslocar até recuperar a mobilidade também está a ser feito à medida por outro colaborador da associação.
Como é do conhecimento público, apesar do trabalho meritório que tem vindo a desenvolver, a ASPA atravessa de momento graves constrangimentos financeiros, que se agravaram desde a suspensão do protocolo com a Câmara de Santarém.