Passeio por encomenda ganha adeptos
Sucesso na capital, os dog walkers começam a ganhar público em Bauru oferecendo serviço diferenciado
CAMILA TURTELLI
Com os focinhos colados ao portão que dá para rua, os quatro peludos aguardam ansiosos a chegada de Lucas Greghi, 29. Dogwalker de profissão, Lucas tem encontro marcado com a matilha todos os dias, em uma rotina que já dura quase um ano.
Os donos dos quatro cachorros trabalham o dia todo e não têm tempo suficiente para levar os animais para um passeio. Por isso, eles contrataram os serviços de Lucas.
Em algumas cidades, como São Paulo e Buenos Aires (Argentina), é até comum, em certas regiões, encontrar por parques e praças a figura do dogwalker: uma pessoa com vários cachorros nas coleiras, equipado com ferramentas, como sacos plásticos para a coleta de dejetos e garrafas de água. São também profissionais que, acima de tudo, amam os animais e que apostam em uma forma de trabalho alternativa para ganhar dinheiro.
É uma profissão que vem encontrado uma demanda crescente pelo país. É um reflexo do aumento pelo interesse no segmento pet, acompanhado do aumento da carga de trabalho e atividades-extras na sociedade atual.
Ou seja, ao mesmo tempo em que as pessoas têm mais interesse em ter e cuidar bem dos seus animais de estimação, elas também estão trabalhando mais, sem tempo suficiente para dar toda a atenção que um amigo de quatro patas requer.
Como funciona /O esquema é simples. Na hora e nos dias marcados, o dogwalker passa na casa do cliente, coloca os cachorros nas coleiras e sai para uma caminhada – no caso do Lucas, são passeios de 45 minutos.
Mas também não é só isso, o passeador precisa ser um pessoa treinada. Estar atento à segurança dos animais e das pessoas com as quais ele vai encontrar na rua. Ele deve ter conhecimento básico de cada raça que atende e noções de adestramento.
Lucas fez curso em São Paulo com o adestrador Fernando Baiardi, conhecido no meio. E também ele segue alguns preceitos de Cesar Millan, o “encantador de cachorros”.
Questão de disciplina / Dá para ver que o dog walker bauruense leva jeito. Mesmo com os cachorros em festa pela sua chegada, ele rapidamente domina o grupo que com calma “forma uma fila” para colocarem as coleiras.
“O trabalho não é apenas o passeio, mas há uma mudança comportamental em relação aos cachorros. É uma questão de disciplina’, conta ele. “Acredito muito que é preciso trabalhar a questão da energia do cachorro’, comenta.
Entre as vantagens em se ter uma rotina de passeios com o cachorro, estão a melhora do condicionamento físico, que pode afastar certas doenças e o treinamento social que ajuda a amenizar comportamentos agressivos ou hiperativos Lucas, que também é personal trainer, iniciou as atividades como dog walker em Bauru há um ano.
Hoje em dia, ele atende 20 cachorros, entre cinco casas diferentes. Todos os bichos de estimação são fichados e é feito um acompanhamento de peso, vacinas, entre outros detalhes.
Regras de conduta
Cachorros que participam de passeios com outros devem atender alguns pré-requisitos, como ter comprovado o controle de pulgas e carrapatos. Além disso, fêmeas no cio não entram.
R$ 23
É a média de custo para um cachorro em um passeio de 45 minutos
4
É o número máximo com o qual Lucas passeia de uma só vez
Na Capital é mais salgado
Em São Paulo, um pacote com 20 passeios por mês pode sair por R$ 600.
Fonte: Bom Dia - Publicado neste site em 17/11/2012