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A informação de que 60 cães seriam todos sacrificados na tarde deste sábado (23) gerou revolta nos moradores de Jaraguá, a 143 km de Goiânia. O caso foi descoberto após denúncia anônima para uma Organização Não Governamental (ONG) que cuida de animais em Anápolis. “Nós ficamos sabendo disso e resolvemos ir até Jaraguá para verificar o que está acontecendo”, relata a presidente da ONG, Thais Gomes.
Segundo a moradora de Jaraguá Natércia Betânia Valença, desde segunda feira (18) a prefeitura está recolhendo todos os cachorros da cidade e agrupando-os no Parque de Exposição da cidade para que, nesta tarde, fossem todos sacrificados com uma injeção letal.
O caso despertou a atenção dos moradores e de entidades que cuidam de animais. Um protesto foi realizado na manhã deste sábado em frente a casa do prefeito da cidade para pedir que a administração reavalie o problema. “A maioria dos cachorros que eles recolheram tinha coleiras, ou seja, possuíam donos”, alega Natércia.
De acordo com a moradora, no início, eram 97 cães que estavam no local, mas alguns donos apareceram para pegá-los de volta. Os moradores questionam também o pagamento de uma taxa de R$ 53 para que a pessoa possa resgatar o animal. “Eles ainda cobram esse dinheiro para pegar o cachorro e muitas pessoas já pagaram. Eu mesma tive o cachorro levado e tive de pagar”, lembra a moradora Natércia.
O secretário de saúde da prefeitura da cidade, Marcos Divino da Silva, alegou que houve uma distorção da informação: “Em momento algum nós afirmamos que íamos matar todos os animais. O que estamos fazendo é uma das etapas de controle de zoonoses na cidade. Então, pegamos os animas que oferecem risco de saúde à sociedade e retiramos do contato com a população. Depois de uma avaliação médica, pois colocamos um veterinário à disposição, é que vamos decidir se vamos ou não sacrificá-los”.
Sobre a denúncia de que os animais teriam donos, o secretário afirma que os cachorros recolhidos eram animais que estavam nas ruas. “Se tivesse dono não estava solto na rua. Eu mesmo tenho dois cachorrinhos e cuido deles, nãos os deixo soltos por aí”. Além disso, Marcos Divino da Silva afirma que a taxa cobrada para a retirada do bicho é legal e definida por portaria através do Ministério Público.
“Quem não tem condições de pagar nós definimos um outro tipo de pagamento, por exemplo um serviço à comunidade. Esse dinheiro é revertido nas ações da vigilância da saúde na cidade. É uma forma também de punir o cidadão que não cuidou do seu animal”, explica.
Acordo
Durante toda a manhã deste sábado (23), moradores, entidades e representante da prefeitura discutiram a questão e entraram em um acordo. Ficou estabelecido um prazo de dez dias para que o dono vá até ao local e retire o seu cachorro mediante o pagamento. Anúncios nas emissoras locais serão veiculados para alertar a comunidade. Aqueles que não comparecerem dentro do prazo, não terão direito sobre animais, que serão destinados às entidades protetoras e encaminhados à adoção.
Os animais que estiverem doentes oferecendo risco de saúde à população serão sacrificados decorridos os dez dias. Caso algum dono insista em permanecer com o cão mesmo doente, será necessário que ele assine um termo de responsabilidade se comprometendo a cuidar do animal.