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Por dia, polícia registra um caso de maus-tratos a animais
Maioria dos boletins de ocorrência envolve cachorros. Vizinhos e ONGs são principais colaboradores da delegacia

Curitiba / PR
A Organização Não Governamental Sociedade Protetora dos Animais resgata e trata animais (foto: Franklin de Freitas)

Os casos de torturas e mortes de animais, recentemente divulgados em imagens pela internet, são mais comum do que muita gente imagina. Somente em 2011, a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) registrou 313 Boletins de Ocorrências referentes a maus tratos de animais em Curitiba e Região Metropolitana. O número, considerado alto pela delegacia, representa uma queda quase que inexpressiva com relação a esse tipo de ocorrência registrado em 2010 (329 boletins). A quantidade de denúncias que, quase diariamente, chegam à DPMA mostram que ainda falta conscientização de parte da sociedade.

Segundo o superintendente Ivan José de Souza, a divulgação maciça de casos como o do cão Falcão, o do cachorro que explodiu em Araucária e a conscientização de que maltratar animais também é crime, tem ajudado a coibir alguns infratores.“A maioria dos casos de maus tratos que registramos é em cachorros (90%). Para atender essa demanda, temos uma equipe de quatro policiais que só investigam esses crimes”, conta.
A maioria dos boletins de ocorrência registrados na delegacia  é de vizinhos, que ficam incomodados com a situação dos animais, e da Organização Não Governamental Sociedade Protetora dos Animais de Curitiba (SPAC), que desde 1972 faz um trabalho de resgate e tratamento de animais abandonados. Segundo Soraya Simon, presidente da SPAC, muita gente ainda tem medo de denunciar e procura a ONG para ter auxílio.

“É importante as pessoas saberem que maltratar animais é crime. Uma pessoa que fere um animal é um perigo para toda a sociedade. Quem faz uma maldade com um bichinho indefeso pode fazer com uma pessoa também, só precisa da oportunidade”, diz ela.

A SPAC abriga atualmente cerca de mil animais, entre gatos, cachorros e até cavalos. A ONG trabalha com uma equipe fixa e outra de voluntários e faz o resgate, tratamento e adoção dos animais encontrados. Soraya conta que a capacidade está acima do limite e que a Sociedade se limita a atender apenas os animais machucados. Caso sejam encontrados alguns abandonados, mas com saúde, não podem ir para lá. “Não temos como dar conta desta demanda também. Por isso pedimos a ajuda da população”, explica.

Ela fala que a sanção da lei que estabelece punições e regras contra maus-tratos a animais, aprovada pelos vereadores de Curitiba em dezembro, é uma grande esperança para eles. Além desse, Soraya ainda espera que uma outra proposta que visa o controle populacional dos animais também vire lei.  “A Prefeitura de Curitiba está começando agora com uma rede de proteção, mas com certeza precisamos ser mais severos com este assunto”, opina Soraya.



Fonte: Bem Paraná - Publicado neste site em 11/01/2012

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