Empresários lucram ao investir em novidades do mercado pet
Camas e kits de comida são alguns dos produtos mais vendidos.
Expectativa das empresas é de aumentar ganhos em 2014.
No Brasil, vivem mais de 30 milhões de cães e 15 milhões de gatos. E sempre há uma novidade para cada um, em serviços ou produtos.
Simples e prático, um kit para cachorro é vendido no mercado e vem com uma bandeja e dois recipientes de encaixe, um para água, outro para ração. Os empresários Vanessa e Emerson dos Santos lançaram o produto no final de 2012.
“Os comedouros são encaixados na bandeja. Se o cachorro derruba no chão a comida, não entra em contato com o chão, não contamina e é fácil de limpar. Tem uma praticidade para você poder carregar de um lado pro outro e pra poder limpar”, disse a empresária.
Os empresários produzem tudo na fábrica do empresário Giancarlo Dechelli. Na máquina, o plástico é colocado na máquina injetora, é derretido e ganha forma no molde. Foram investidos R$ 70 mil no desenvolvimento do produto e na compra de matéria prima.
“A terceirização, ou seja, produzir em outra empresa pode ser a maneira mais fácil de começar um negócio. É como se os empresários alugassem esta fábrica só quando precisam, evitando o investimento em toda essa estrutura. Só uma máquina de injeção como esta, por exemplo, custa R$ 150 mil.”
O trabalho é feito em parceria e funciona da seguinte forma: os empresários Vanessa e Emerson levam a matéria prima – o granulado plástico – e o dono da fábrica, Giancarlo, faz a injeção, e entrega para eles o produto pronto, já montado. Como ele presta serviço para vários outros clientes, a máquina não para, e o custo é baixo. Para injetar cada comedouro completo, ele cobra R$ 4.”
O equipamento faz uma peça a cada 30 segundos, e a fábrica conquista o cliente pela eficiência.
“Nós não temos um produto próprio. A nossa especialidade é a injeção. Então, muitas vezes, a pessoa produzindo não tem a mesma produtividade que uma empresa especializada vai ter”, disse Giancarlo Dechelli.
O mercado pet gostou da novidade. Em sete meses, a empresa já vendeu mais de 20 mil vasilhas de comida. O faturamento atual é de R$ 50 mil mensais, e a expectativa é dobrar esse número até o começo de 2014.
“Quando você foca em uma novidade, um produto inovador, a sua margem realmente aumenta por um longo período. A gente pode falar em margem de lucro acima de 100%, 120%.
O kit de comida para cachorro é vendido em 4.000 pet shops no país. Custa R$ 45.
“O cliente trata o seu pet hoje como se fosse um filho, né? Então, a gente vai sempre atrás para suprir essa necessidade do cliente”, afirmou Marcel Minholi, dono de pet shop.
Já outro casal de empresários inovou com outro tipo de produto: camas para animais de estimação. Edson e Hosana Souza montaram o negócio em 2009, com apenas R$ 4.000. “A gente tem uma série de concorrentes. O que o cliente busca é produto diferenciado, com qualidade e principalmente custo baixo”, disse Edson Souza.
Os empresários fizeram uma empresa enxuta graças às parcerias. Toda a produção é terceirizada com pessoas que trabalham em casa, como a costureira Anésia e a filha Aline.
“Minha filha ficou desempregada e eu precisava de alguém que me ajudasse, e ela arregaçou as mangas junto comigo”, disse Anésia de Miranda.
Edson e Hosana participam de feiras de negócios e fazem anúncios na internet. Mas, a melhor estratégia de vendas são as visitas aos pet shops. Com o carro cheio de produtos, eles vão até as lojas e capricham nas demonstrações.
Com a empresa enxuta, o preço cai, e é mais fácil vender. O custo de uma cama para o pet shop é a partir de R$ 24 - 20 % menos do que produtos similares no mercado.
“As pessoas, quando compram um gato ou um cachorro, falam que precisam de uma caminha, para depois lembrar que precisam de ração de outras coisas que no final das contas deveriam vir primeiro”, afirmou a gerente Vera Milos.
Hoje, os empresários Hosana e Edson vendem 500 unidades por mês. Para quem começou faturando R$ 3.100 por mês, o negócio vai bem: hoje o faturamento mensal é de mais de R$ 10 mil, e os empresários não têm dúvidas de que vão crescer mais 40% este ano.
“É um mercado que requer novidades. É o que o mercado busca. A gente está conseguindo atender essa demanda. É o que o mercado pede, e a ideia é crescer, bombar aí nos próximos anos”, disse o empresário.
A cliente Daniele Oliveira e o seu cão aprovaram o produto.
“Eu acho que a praticidade... ela é lavável, dupla face, e mais conforto também, protege do frio, principalmente entrando o inverno. Eu acho que é basicamente isso.”
Fonte: G1 - Publicado neste site em 23/07/2013