Nesta semana o sol brilhou diferente para a cachorrinha Nina. Achada no lixo ainda filhote, machucada e com a coluna quebrada, a cadelinha deu uma aula de superação animal na terça-feira, 30, quando andou pela primeira vez. Tudo isso graças ao Trabalho de Integração Multidisciplinar (TIM) dos alunos de Engenharia Mecânica da UFSJ, em parceria com a Associação São Francisco de Assis de Proteção aos Animais, que confeccionou e doou cadeiras de rodas para quatro cães paraplégicos da cidade.

Cadeira alternativa oferece mobilidade e autonomia para os cães – Foto: Gazeta

O projeto foi idealizado pela Sociedade São Francisco de Assis de Proteção aos Animais há dois anos, mas foi concretizado apenas em 2013. “Eu pedi ajuda para o professor Jorge Nei há algum tempo e ele viu neste ano a oportunidade perfeita para a realização da iniciativa”, explicou a presidente do grupo, Mara Nogueira Souto.

Há ainda outra boa notícia: a mobilização pode não se limitar aos quatro animais e ter continuidade em parceria com um terceiro aliado, o Projeto Amigo de Quatro Patas, programa de extensão da UFSJ voltado para a esterilização de animais que estão nas ruas da cidade e sua adoção posterior. “Caso algum desses bichinhos tenha um problema de locomoção, bastaria nos contatar para desenvolvermos uma cadeirinha. Mas essa é apenas uma expectativa. Ainda precisamos conversar com a direção da universidade”, disse o coordenador do TIM 2013, professor Jorge Nei Brito.

O projeto envolve diversas matérias do curso de Engenharia Mecânica e consiste em desenvolver cadeiras de rodas para os cães, de maneira barata, sustentável e adequada para cada animal. Um artefato semelhante custa na internet, em média R$800. No entanto, no trabalho desenvolvido na UFSJ, esse valor é reduzido. Durante a apresentação dos estudantes, eles informaram que o investimento nas cadeiras variaram de R$80 a R$190. Mas a questão financeira não é a única motivação de quem participa do projeto. “A situação dos cachorros paraplégicos é realmente comovente. Por ficarem parados ou rastejando, eles apresentam muitos ferimentos ou até mesmo tumores. Alguns animais, nessa situação, são até sacrificados para evitar o sofrimento”, argumentou Brito.

Outro ponto defendido é o fato de que a cadeira de rodas vai muito além da locomoção de um cãozinho debilitado: ela ajuda, também, na higienização, na proteção do animal e na melhora de humor do beneficiado.


Fonte: Gazeta de S.J.Del Rei - Publicado neste site em 23/05/2013