Clientes revoltados com agressões a cães tentam invadir pet shop
Polícia foi ao pet shop Quatro Patas, no Rio, onde cenas de agressão a animais foram gravadas
A polícia deixou há pouco a porta da pet shop Quatro Patas, no Engenho de Dentro, zona norte do Rio. Lá foram gravadas cenas de agressão a animais que revoltaram todo o País. Mais cedo, dezenas de pessoas se dirigiram para o estabelecimento e tentaram invadir a loja. A polícia foi chamada e garantiu a segurança do local.
A reportagem foi revelada pela Rede Globo, e mostra Daniel Barroso, 20 anos, dando socos na cabeça de animais totalmente dominados, enquanto dava banho nos bichos. Daniel é filho de Solange, proprietária da pet shop.
A empresária Roberta Fontes ainda permanece no local. Era lá que ela deixava seu cão Oliver, da raça chow chow, para tosa e banho todas as quartas-feiras. Ela contou que o animal mostrava receio em ir para a loja, mas ela jamais desconfiou que ele pudesse sofrer agressões. Para a empresária, tratava-se de pirraça normal de um cachorro que não gostava de ficar horas preso sendo tosado e limpo.
Em alguns dias, Roberta lembra que era justamente Daniel quem buscava, de carro, seu cachorro para a tosa e banho. 'O Oliver se mijava todo (sic) quando tinha que ir para a pet shop. Ele não queria entrar no carro de jeito nenhum. Ele passou a ser levado numa espécie de gaiola, já que morria de raiva quando tinha que ir', afirmou.
Assim que viu as imagens das agressões na televisão, Roberta não pensou duas vezes. 'Vim correndo para cá, para matar esse desgraçado e quebrar isso aqui tudo', declarou.
Entre os vizinhos, o clima é de perplexidade. A dona de casa Enir Antônio, que mora em frente à loja, comentou jamais ter imaginado que Daniel pudesse agredir os animais. Segundo ela, o rapaz era 'educadíssimo' e muito tranquilo.
'Ele vinha pegar minha cachorra para dar banho, e ela ficava toda feliz, saía pulando em cima dele. Foi uma surpresa total. Estou pasma e chocada até agora', afirmou.
Ao lado dela, a também dona de casa Cristina Pereira tinha a mesma sensação de incredulidade. Cristina também deixava seu cachorro, da raça poodle, na pet shop, e nunca notou qualquer comportamento estranho no animal depois da ida à loja.
As donas de casa contaram ainda que Solange, a dona da pet shop, costumava pegar cachorros na rua para cuidar. 'Ela sempre foi uma pessoa muito boa, tratava todo mundo muito bem. É inacreditável', afirma Cristina.
A pet shop Quatro Patas funcionava há quatro anos na rua Pernambuco, no subúrbio do Rio, contou o proprietário do imóvel, que não quis se identificar. Assim que viu a reportagem, correu para o local, preocupado com um possível quebra-quebra de pessoas revoltadas.
'Cheguei aqui e tinha gente chutando a porta, tentando invadir. Liguei para a polícia, afinal de contas, é meu patrimônio. Foram 18 anos de trabalho para adquirir isso aqui', contou.
O dono do imóvel também já tinha deixado seu animal na loja para receber cuidados, e nunca desconfiou de nada. Segundo ele, Solange era uma ótima inquilina e pagava em dia o aluguel.