Basicamente, porque eles têm a ferramenta certa para fazer isso.
Muitos já sabem que os cães são descendentes dos lobos. Ambos fazem parte do grupo dos canídeos (assim como a raposa e o coiote). Há 34 espécies de canídeos, e apenas uma delas é uma espécie de lobo – o lobo cinzento. Essa espécie é dividida em várias subespécies, sendo o cachorro doméstico uma delas (os Rexs e Lulus que moram em nossas casas).
O pesquisador João Munoz-Doran e seus colegas da Universidade Nacional da Colômbia criaram uma “árvore genealógica” canina, reconstituindo as relações entre cada uma das mais de 300 espécies de cães.
Por conta da diferença de dieta entre eles, os cães foram classificados como carnívoros, hipercarnívoros (animais que comem mais de 70% de carne) e onívoros (animais que comem carne e vegetação). Os ancestrais dos lobos modernos pertencem ao grupo hipercarnívoro.
Oito milhões de anos atrás, menos florestas e mais ambientes abertos surgiram na região onde os lobos viviam (Ásia, Europa e América do Norte). As presas grandes passaram a andar juntas, e a única maneira que os canídeos que vagavam pelas planícies tinham de arrebatá-las era se trabalhassem juntos também; ou seja, em bandos, ou alcateias.
Esse comportamento de grupo foi, gradualmente, moldando as características dos lobos, como a pressão nos seus crânios, que levou a mandíbulas mais fortes e dentes maiores, para que eles tivessem mais sucesso em comer a presa. Essas características foram passadas adiante através das gerações.
Com essas mandíbulas e músculos mais fortes, eles conseguiam mastigar mesmo os ossos mais resistentes das presas maiores. Com o tempo, se tornaram “hipercarnívoros”.
Os cães de hoje, descendentes desses animais, possuem as mesmas características. Sendo assim, eles são evolutivamente condicionados a “curtir um osso”. Então porque não?