A tecnologia em velocidade alucinante tornou-se ferramenta fundamental no combate à crueldade contra os animais. Depois da divulgação em massa pelas redes sociais do vídeo que uma enfermeira aparece espancando um cão da raça yorkshire até a morte, em novembro, o número de denúncias disparou.
No estado de São Paulo, o Disque-Denúncia (181) registrou marca inédita naquele mês: pela primeira vez na história, o tema crueldade contra os animais figurou entre os cinco temas mais denunciados ao órgão, ligado ao Instituto São Paulo contra a Violência.
E os maus-tratos contra animais continuaram a ocupar o quarto lugar no ranking de crimes em dezembro. As denúncias de violência contra os bichos cresceram 20% de 2010 para 2011.
A mobilização da sociedade em torno do tema fomentou a discussão sobre as penas consideradas brandas demais por ambientalistas, protetores de animais e até por autoridades. Para cobrar punições mais severas aos autores de torturas e matanças de animais, as mais variadas organizações não governamentais de defesa dos animais e simpatizantes pretendem realizar o que esperam ser o maior movimento sobre o tema em toda a história do país.
Segundo Allan Reinaldo Viana, um dos coordenadores do Movimento Crueldade Nunca Mais, o evento já tem adesão em quase 200 cidades em todo o país e quatro municípios no exterior. Na capital, a partir de 10h, os manifestantes deverão se reunir no vão-livre do Masp (Museu de Arte de São Paulo), na Avenida Paulista e seguir em marcha até a Rua da Consolação.
“Nós queremos punição de verdade para quem maltrata animais. Eles sentem dor, frio e fome, como todo ser vivo. Não é possível que a lei ainda considere tortura e matança de animais como crime de menor potencial ofensivo”, lamentou. O delegado Wilson Correa, da divisão de Meio Ambiente, lamenta a legislação. “Infelizmente, a pena é de até um ano de detenção”, observou.
Susan Yamamoto, idealizadora da ONG Adote Um Gatinho, é uma combatente pela causa. Ela é uma das responsáveis por descobrir matança de 39 gatos e cães na Vila Mariana, Zona Sul de São Paulo, no último dia 12. “Na casa da suspeita, conseguimos resgatar 13 animais vivos. Alguns estão comigo ainda”, conta.
Fonte: Bom Dia - Publicado neste site em 26/01/2012
#7