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Aumenta risco de cinomose durante segundo semestre

Fique atento ao seu cão para sintomas como secreções nos olhos e no nariz, tremores pelo corpo e convulsões


A cinomose é uma doença altamente contagiosa. Se diagnosticada precocemente, tem mais chances do cão ficar curado e sem sequelas. A incidência tende a aumentar neste segundo semestre, após as campanhas públicas de vacinação, quando há maior aglomeração de cães, e por conta das datas comemorativas do Dia das Crianças e do Natal, quando o mercado de filhotes fica mais aquecido. Nesta fase, estes animais estão mais vulneráveis à doença, caso não seja cumprido o calendário de vacinação corretamente.

Annice Cortez, professora e médica do hospital da Faculdade de Veterinária da Universidade Estadual do Ceará (Favet-Uece), diz que a unidade atende por dia de cinco a seis casos suspeitos de cinomose. Os cães mais susceptíveis são os filhotes até seis meses de vida e os cães não vacinados. 'A doença é altamente contagiosa, mas tem cura, principalmente durante o tratamento precoce, o que impede a multiplicação do vírus e a evolução da doença para a fase neurológica', alerta a veterinária. 'Quanto mais rápido o diagnóstico, melhor resposta ao tratamento', completa.

Hemograma

A doença é provocada pelo RNA Vírus, do gênero morbillivirus, da família paramyxoviridae. A transmissão ocorre por meio de urinas, fezes, saliva e secreções ocular e nasal do animal contaminado. O diagnóstico é feito por meio de hemograma, pesquisas de inclusões virais, sorologia e também pela utilização do kit de diagnóstico, que oferece o resultado em apenas 10 minutos. Annice Cortez diz que o principal meio de prevenção contra a doença é a vacinação. Nos filhotes, há o calendário de 90 dias com três doses iniciais a cada 21 dias ou 30 dias, depois fica o reforço anual. Este deve ser aplicado também nos animais adultos e principalmente idosos. Nesta fase, os criadores não podem relaxar na imunização de seus animais, segundo adverte Annice.

Se o diagnóstico e tratamento acontecem logo, e a doença não chega à fase neurológica, o cão fica curado em 70% dos casos. Se chegar a essa fase, a chance de cura cai para 40%, conforme explica a veterinária. 'Mas tudo isso é condicionado ao diagnóstico precoce e às condições imunológicas do animal. E também se o proprietário vai fazer corretamente o tratamento prescrito pelo veterinário', afirma ela.

O animal doente deve ficar totalmente isolado dos demais. Os cães filhotes com vacinação ainda inclusa não podem frequentar ambientes públicos. A imunização só deve ser feita pelo médico veterinário, pois só este profissional tem condições de examinar o cão, observando se está em condições adequadas para receber a dose. Além do que na clínica veterinária está asssegurado o uso do medicamento de boa qualidade.

Quadro grave

Annice Cortez explica que a decisão de eutanasiar o animal doente só deve ser tomada quando a cinomose já apresenta um quadro neurológico grave e o cão não responde mais satisfatoriamente ao tratamento, apresentando convulsões e alterações comportamentais, tais como agressividade e desconhecimento do dono. Com a qualidade de vida já bastante comprometida, seu sofrimento pode ser aliviado. A veterinária diz que a maioria dos casos que chega ao hospital veterinário da Uece adequa-se ao tratamento. Apenas cerca de 20% é dirigido à eutanásia.

O tratamento acontece de acordo com a sintomatologia apresentada pelo organismo canino. Geralmente, é feito à base de antibióticos, imunoestimulantes, anti-inflamatórios, corticoides, colírios, complexo vitamínico e oxigenador cerebral. Na fase neurológica, sessões de acupuntura têm revelado excelentes resultados. As sequelas mais comuns são as convulsões e a mioclonia (tremores musculares involuntários em locais generalizados, principalmente nas patas, face e musculatura do tórax).

Annice Cortez recomenda que o criador deve ficar atento ao seu animal, sempre observando possíveis sintomas. Tão logo apareça algo, levar imediatamente ao veterinário.

A cinomose é uma das enfermidades que mais gera dúvidas entre os criadores. No Blog Bem-Estar Pet, os posts abordando a doença é um dos mais comentados. Os internautas querem saber se tem cura e quais os sintomas. A coluna Dr. Vet, publicada semanalmente nesta página, já respondeu dúvidas sobre o tema algumas vezes.



Fonte: Diário do Nordeste - Publicado neste site em 13/09/2011

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