Ataques a cães-guias levam ativistas a protesto no Reino Unido
Instituição de caridade alerta para o número de ataques que chegou a oito por mês
No Reino Unido, ativistas querem tratar ataques a cães guias como se fossem a seres humanos
Os ataques a cães-guias por cachorros agressivos atingiu o número alarmante de oito por mês, gerando bastante polêmica no Reino Unido.
A instituição The Guide Dogs for the Blind Association (Associação de Cães Guias para Cegos), que cria e treina cães para cegos e pessoas com visão altamente comprometida, foi quem trouxe o assunto à tona.
David Crowdrey, o gerente da associação, mostrou preocupação.
— Assim como lesões físicas, cada ataque canino deixa uma cicatriz psicológica profunda tanto no dono do cão-guia quanto no animal. Nos piores casos, estes cães tem que se 'aposentar' mais cedo, em outros, eles ficam incapacitados de trabalhar por um longo período.
A ideia da instituição é incitar o governo a introduzir microchips obrigatórios em todos os cães-guias para protegê-los contra ataques agressivos.
As informações dadas pelo portal do jornal Daily Mail na madrugada desta segunda-feira (11) mostram que ministros anunciaram planos em no mês de abril para tratar dos cães perigosos, no entanto o pacote de medidas não inclui a implantação de chips nos animais que auxiliam os cegos, gerando discórdia em diversos setores da sociedade.
Jemma Brown, de apenas 23 anos, já teve seu cão-guia Gus atacado seis vezes.
— Um dos piores ataques ocorreu na saída de um café. O animal veio correndo em nossa direção, derrubou Gus no chão e o seu dono não conseguia controlá-lo. Então, começou a bater na cabeça do seu cachorro para tentar impedí-lo de matar o meu cão. É claro que o Gus ficou seriamente machucado e não pode fazer nada por três semanas.
Richard Leaman, da Associação de Cães Guias para Cegos, compareceu ao programa de televisão The Today para debater o tema e declarou:
— Os cães-guia não recebem qualquer contribuição de verba do governo e cada um deles nos custa R$156.965,00 (£50.000,00). Portanto, o prejuízo não é só para o dono e o cão, mas também para a instituição de caridade, que deveria estar gastando este dinheiro com o bem-estar dos deficientes.
O ativista acredita que é inconcebível algumas pessoas ainda treinarem cães para serem agressivos. Para ele, estes ataques aos animais deveriam ser entendidos como um ataque à pessoa, já que o cego está desavisado e exposto a maiores riscos.
Ele ainda completa que há três anos o número de cães-guias atacados chegavam a no máximo três ou quatro por mês. O número ter aumentado para oito só prova o quanto a situação está piorando.
Crowdrey, o gerente da instituição, luta por resposta mais ativa da polícia em casos destes tipos de incidentes.
— Nós queremos dar poder para que eles [os policiais] tratem estes ataques a um cão-guia como se fossem ataques a seres humanos.