O Departamento de Odontologia da UEM nega que os cães da raça beagle, usados em pesquisas de implantes dentários, sejam submetidos a sofrimentos.
O uso dos cães gerou polêmica em março, resultou em um abaixo-assinado com mais de 6 mil assinaturas e um ofício do MP questionando o uso dos animais.
A professora Mirian Marubayashi Hidalgo, chefe do departamento, e o professor Maurício Araújo explicam que o beagle é utilizado em pesquisas de implantologia porque desenvolve doença periodontal (gengiva) de forma semelhante a dos humanos.
O professor German Gallucci, de Harvard, disse que em todas as universidades do mundo são usados animais e que são sacrificados após os estudos. Mirian diz que esse procedimento é preconizado pelo Código de Ética.
Gallucci informou que Harvard usa cerca de 60 mil animais por ano nas mais diversas pesquisas científicas. 'Entendo a controvérsia que isso gera, mas quando as pessoas buscam tratamento para suas doenças, esquecem que tudo começou em pesquisas com animais. É um paradoxo', declarou Gallucci.
Mirian e Araújo contestam matérias publicadas em março, em O Diário, que descrevem sofrimento dos animais em pesquisas e a indignação de acadêmicos e professores. 'Não é nada do que foi descrito. Houve falta de conhecimento técnico e científico e isso explicamos ao MP', declara Araújo.
O professor Gallucci deixou Maringá ontem para fazer palestras em Curitiba e garantiu que as pesquisas e parcerias entre Harvard e UEM serão aprofundadas e incluirão outras áreas da odontologia.