Além de atestar boa saúde do animal, médico deve autorizar no prontuário do paciente que concorda com a vista do bicho
O Einstein é o 35º hospital do mundo e o primeiro da América Latina a conseguir o selo concedido pela organização americana Planetree.
'Poder receber seus bichos aqui era um desejo frequente dos pacientes. Eles fazem bem e, sem dúvida, interferem na cura', afirma Rita Grotto, gerente de atendimento do hospital.
Clara teve de passar por uma avaliação de seu veterinário, que deu um laudo atestando sua boa saúde, e tomar um banho caprichado antes da visita. Os donos apresentaram os documentos de vacinação e se comprometeram a mantê-la tranquila.
'Mas, antes de tudo, é preciso a autorização do médico, que tem de colocar no prontuário do paciente que está de acordo com a visita. Uma equipe multiprofissional checa se todo o protocolo foi cumprido. Na menor dúvida, a entrada não será autorizada', declara Grotto.
O hospital diz que recebeu só uma queixa até hoje. A mãe de uma criança com leucemia reclamou da presença de um cão, mas recuou depois de receber explicações.
O aposentado Menachem Mukasiey, 67, está há uma semana internado com um problema no joelho e aguardava ontem ansioso a visita da poodle Bolinha.
'Já passei por vários hospitais e jamais me permitiram ver a Bolinha, que fica sem comer e depressiva enquanto estou fora. Aqui é o único lugar que me deixaram recebê-la, o que é uma alegria.'
Paulo de Tarso Lima, coordenador da área que implanta as medidas de humanização no Einstein, afirma que 'não está se falando de uma vontade de todos os pacientes' e que 'também não se autoriza a presença dos bichos em qualquer lugar, de qualquer maneira'.
Para o médico, o contato com os bichos pode levar 'felicidade, paz e bem-estar' e auxiliar a recuperação de algumas pessoas. 'O encontro com um cão ajuda a relaxar, a retomar a preocupação com o corpo, o que pode ficar perdido em pacientes crônicos.'
O Conselho Regional de Medicina de SP e a Sociedade Brasileira de Infectologia não se manifestaram.