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Um surto de raiva atingiu os cães da cidade de Jiangmen, na China. Autoridades proibiram a posse de cães e deram aos moradores a data-limite de 26 de agosto para que realoquem seus pets ou eles serão sacrificados.
Entidades em defesa dos direitos dos animais têm ganho força na China, o que levou a fortes críticas. Especialistas chegaram a classificar a determinação como “desumana e desnecessária”.
Oficiais emitiram uma declaração chamada de “aviso sobre fortalecimento da gestão de cães”, informando que os moradores da cidade devem encontrar novos lares para seus cães até no máximo 25 de agosto. Depois disso, autoridades confiscarão os animais, vasculharão os locais públicos e sacrificarão os pets encontrados.
“Nosso objetivo não é matar todos os animais das áreas urbanas, mas queremos criar um ambiente melhor para se viver”, disse um policial para o jornal Chinadaily.com. “Esperamos que os donos de animais e habitantes entendam e cooperem com as leis e com a nossa equipe”, complementa ele.
Apenas pessoas que utilizam os cães para a proteção de propriedades cujo valor seja superior a 1 milhão de reais estarão isentas. Mesmo assim, os animais deverão ser vacinados e mantidos trancados.
O jornal The Jiangmen Daily recordou os leitores de que 42 pessoas morreram na cidade há três anos. Li Wantong, diretor de tecnologia no Centro de Controle de Zoonoses de Jiangmen, assegurou aos proprietários que o processo de eutanásia de seus animais será “humanizado”.
Mas a nova medida ainda provoca polêmica. “Não é justo com os animais. Isso é uma falta de respeito à vida”, disse Wang Chengzhi, morador da cidade.
Outros ainda levantam dúvidas sobre a maneira como os animais serão sacrificados. No passado, os chineses executaram cachorros em operações visando à manutenção de higiene.
Especialistas argumentam que, além de ser cruel, o abatimento de um número tão grande de animais não trará benefícios em longo prazo.
“Esta medida não tem apoio científico, não é humana e não durará para sempre. Em pouco tempo, não terá mais eficácia e, logo em seguida, as pessoas terão cachorros novamente”, disse o Dr. Tang Qing do Instituto Nacional de Controle de Zoonoses e Prevenção ao jornal inglês The Guardian.
Outro especialista, o Dr. Kati Loeffler, consultor do Fundo para o Bem-Estar de Animais da China, está convencido de que uma campanha de imunização em massa seria muito mais eficiente.
O Jiangmen Daily também recebeu manifestações de um leitor a favor da determinação. “O excremento de cães está por toda parte, jardins, parques. Além disso, os latidos perturbam meu sono”, disse o ele.
Mais de 2.400 pessoas morrem de raiva todo ano na China, segundo o Ministério da Saúde.