Cães genuinamente brasileiros dão orgulho a criadores que lutam por reconhecimento
No mundo da cinofilia, o patriotismo e a tradição também tem lugar e o Brasil luta por reconhecimento
O Brasil possui raças genuínas com série de qualidades (Juca Queiroz)
Quando falamos de raças caninas, sempre lembramos das clássicas europeias, como Rottweiller, Bull Dog Inglês e Pastor Alemão. Mas poucos sabem que o Brasil também tem seus representantes no concorrido mundo da cinofilia. Nesta edição do Vida & Estilo Pets, apresentamos quatro raças genuinamente brasileiras: Bull Dog Campeiro, Fila Brasileiro, Terrier Brasileiro e Rastreador Brasileiro.
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O veterinário Carlos Jatobá é criador da raça Terrier Brasileiro, antes conhecida - e ainda pularizada - com o nome de Fox Paulistinha. Carlos conta que esse nome tem origem na história da raça, descendente em grande parte do Fox Terrier e do Jack Russel (aquele cachorrinho do filme 'O Máscara'), que se desenvolveu particularmente no Estado de São Paulo. Exímios caçadores, não perderam as aptidões clássicas do terrier e ainda desenvolveram características próprias. Eles são muito inteligentes, velozes e, independente do tamanho, são excelentes cães de guarda”, garante Carlos, lembrando que os antigos ascendentes dessa raça chegaram no Brasil em navios onde sua função era caçar ratos.
Outra raça muito interessante é o Bull Dog Campeiro, que é semelhante, porém maior e mais forte que o Bull Dog Inglês. O veterinário Gilson Serejo ganhou um desses cães de um amigo e atual sócio num canil de Bull Dogs Campeiros. Com aproximadamente 50 indivíduos em Manaus, eles custam em média mil reais, exigem menos cuidados do que o Bull Dog Inglês - que precisa até de inseminação artificial para reproduzir -, e são tão bons quanto estes para guarda e companhia.
Resgate patriótico
O criador de cães da raça Rastreador Brasileiro, Marcus Túlio Costa, é um apaixonado pela raça. Tanto que ele preside um grupo chamado Garrb (Grupo de Apoio ao Resgate do Rastreador Brasileiro), que faz um rigoroso trabalho de busca, classificação e acompanhamento desses animais - por meio de tatuagens e microchips - no Estado do Amazonas, com objetivo de buscar o seu reconhecimento como raça oficial.
Rastreador brasileiro luta pelo reconhecimento , perdido com suposta extinção
“Fazemos um trabalho de resgate porque acreditamos que esses cães podem ser muito úteis na busca por desaparecidos na selva, por exemplo. Eles conseguem sentir o cheiro de um animal com até dois dias da passagem do bicho”, diz ele, acrescentando: “Eles são uma bússola!”