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Filhotes de cachorro do mato sobrevivem a incêndioFilhote com aproximadamente 15 dias de vida perdeu a mãe em incêndio e foi resgatado pela Polícia Ambiental de Bauru | ||||
Ricardo Santana | ||||
Dois filhotes de cachorro do mato lutam para sobreviver à perda de suas mães após serem localizados em estradas rurais da região. Os animais silvestres foram encaminhados pela 2ª Companhia da Polícia Ambiental em Bauru aos cuidados médicos da Clínica Veterinária da Universidade Paulista (Unip). O filhote que exige maior atenção é um macho com cerca de 12 a 15 dias de vida e que foi resgatado junto com outros quatro irmãos, na zona rural de Arealva (41 quilômetros de Bauru), na tarde da última segunda-feira. No momento da localização, apenas três estavam vivos e foram levados imediatamente para o atendimento dos veterinários. O sargento PM Robson Ferrari Dias Soares, da Polícia Ambiental, explica que a maior probabilidade é de que a mãe dos animais tenha morrido queimada em um incêndio na mata. Soares explica que, apesar da proibição momentânea da queima da palha da cana, ocorrem incêndios acidentais e até criminosos. Pelas condições e precocidade, um macho e uma fêmea não resistiram e morreram na manhã de anteontem. A coordenadora da clínica, médica veterinária Silvia Helena Pereira Vergili Sgarbosa, comenta que o estado de saúde do filhote sobrevivente é estável. Ela ressalta que, nesta fase da vida, dificilmente ele sobreviveria longe dos cuidados da mãe. Amparado pelos alunos do 4º ano do curso de veterinária da universidade, os três cães do mato foram batizados com os nomes de artistas do mundo pop: Michael, Beyoncé e Jackson. No entanto, apenas Michael continuava vivo ontem. Alimentação correta e o carinho de todos na clínica são fundamentais para sua sobrevivência. Na tarde de ontem, Michael recebia leite de cabra em uma seringa sobre a palma da mão da estudante Karina Serafim, cercado pela turma da disciplina de animais silvestres, coordenada pela professora Maria Valéria. Ela explicou que Michael, com cerca de 15 dias de vida, apresenta apenas os dentes caninos apontando e as orelhas permanecem “fechadas”, assim como os olhos. O filhote é completamente dependente de cuidados. Novo sobrevivente Enquanto a reportagem do JC visitava Michael, ele ganhou a companhia de Rihanna, outro filhote de cachorro do mato levado à clínica da Unip pela Polícia Ambiental para uma avaliação. A fêmea aparentava estar saudável e com idade estimada entre 40 e 50 dias de vida. Muito serelepe, Rihanna foi encontrada em uma estrada próxima a um canavial em Dois Córregos e entregue por um motorista de usina à Ambiental, em Bauru. Ainda ontem, seria definida a destinação provisória da fêmea, que não necessitava de cuidados médicos. O sargento Soares comenta que é comum o aparecimento de cachorro do mato na região de Bauru. Já na estrada velha Bauru-Piratininga, nas imediações do condomínio Parque dos Sabiás, moradores avistaram um veado fêmea adulto. A Ambiental foi acionada na última sexta-feira, mas não conseguiu localizar o animal. Na última segunda-feira, populares conseguiram conter o bicho e acionaram a Ambiental. O veado foi levado para a Clínica Veterinária da Unip, mas não resistiu a ferimentos. “Na manhã de ontem (anteontem), estive lá e ela estava acordada. Mas morreu à tarde, provavelmente devido aos ferimentos”, acrescenta Soares. Segundo ele, apenas o estresse já debilita o animal. Alerta Segundo o sargento PM Robson Ferrari Dias Soares, da Polícia Ambiental, é frequente o encontro de cachorros do mato em Bauru e região. A coordenadora da clínica da Unip, médica veterinária Silvia Helena Pereira Vergili Sgarbosa, esclarece que a população não deve recolher animais selvagens em casa por não estar preparada para alimentar e oferecer os cuidados necessários. Ela explica que a clínica somente atende animais silvestres encaminhados pela Polícia Ambiental, Secretaria do Meio Ambiente e pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama). A manobra de reintrodução dos animais ao meio ambiente também é efetuada pelos órgãos públicos. Silvia Helena também coordena o curso de veterinária da Unip.
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