A cena foi avistada por um visitante do Augusto Abrigo por volta das 9h30, que avisou a dona do local, Eliane Zanetti. Ela foi à polícia e registrou uma ocorrência. 'A gente se abalou demais com a situação. Só pudemos dar um enterro digno', disse ela, emocionada. 'Aqui nós cuidamos de 326 cães e 150 gatos que sofreram maus-tratos, então você imagina como isso abala.' Segundo seu relato, o cão, um vira-lata preto de aproximadamente 2 anos, tinha sinais de agressão por todo o corpo.
A dona do abrigo afirma não ter ideia de quem poderia ter cometido o crime. Segundo Eliane, o abrigo fica em um setor industrial e não tem casas por perto; os únicos residentes são ela, o marido, a filha e dois funcionários. 'Fazer isso na nossa porta foi a pior crueldade do mundo.
Imagine ele ouvindo os latidos dos pequenos e tentando se debater para continuar vivendo. Teríamos ficado com ele como ficamos com tantos, mas ninguém pediu isso, foi só sadismo mesmo', afirmou.
No ano passado, outro caso de violência próximo à instituição chocou a comunidade: 14 cães foram encontrados mortos por envenenamento. Além desse caso, há cerca de seis meses, o esqueleto de um cachorro amanheceu jogado na propriedade. Em ambos os casos, Eliane registrou boletim de ocorrência na polícia, mas é cética quanto à investigação.
'A polícia não investiga esses casos. Eles perguntam: 'É só cachorro que morreu, não tem nenhuma pessoa?' Dessa vez, tive que ligar pro meu advogado e ele ler para o escrivão a lei que fala de maus-tratos a animais para conseguir registrar', diz ela. 'Mas a região é muito violenta, imagino que eles fazem o que conseguem.' Ela afirmou que o abrigo dará uma recompensa de R$ 1 mil a qualquer pessoa que tenha informações que levem ao autor do crime.
O caso foi registrado como ato de abuso e maus-tratos contra animal, e será investigado pela 2ª Delegacia Distrital de Polícia de Luziânia.