Filhotes e adultos podem ser castrados (Foto: Cão Terapia/Divulgação)
Uma caravana do projeto 'Vida Digna', que realiza ações de castração química em cães e gatos, deverá fazer um mutirão no arquipélago do Marajó. Este tipo de castração, desenvolvido pela Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), é realizado sem cirurgia, através de uma injeção nos testículos do cão ou gato, para inibir a produção de espermatozóides.
Segundo dados de pesquisas das sociedades protetoras de animais, a cada gestação, uma fêmea pode gerar oito filhotes. Sem controle de natalidade, os animais geram filhotes, que por sua vez geram mais filhotes e assim, uma superpopulação de animais. Situação que foi vista recentemente no Marajó, na cidade de Santa Cruz do Arari, onde o prefeito, alegando que pretendia reduzir o número de cães no município, incentivou uma 'caça aos animais'.
Segundo os médicos veterinários, além de evitar a reprodução indiscriminada de animais, a castração também traz uma série de benefícios à saúde de cães e gatos: pode evitar infecções, diminui riscos de doenças nas vias uterinas e também os riscos de câncer de mama, útero, próstata e testículos.
A médica veterinária Maridelzira Betânia David, responsável pela pesquisa da castração química realizada na Ufra, ressalta a facilidade do processo. “Nós sabemos que a maioria dos municípios possui infraestrutura precária, por isso, uma das vantagens da castração química é que ela pode ser realizada em qualquer lugar, até embaixo de uma árvore. A aplicação leva segundos, e surte efeito em 30 dias”, diz a veterinária.
Custos
Uma castração em clínica particular custa, em média, R$ 200 para o macho e R$ 400 para a fêmea. A castração química reduz esse custo para R$ 60. De acordo com a Ufra, qualquer prefeitura pode solicitar a visita dos técnicos. A mão de obra dos médicos veterinários e estudantes é gratuita, as únicas despesas são das medicações e deslocamento da equipe de profissionais.
“Animais sem cuidado e que vivem nas ruas podem transmitir doenças, além de outros problemas. Muitos querem resolver a questão exterminando os animais, quando a solução é inibir a reprodução”, ressalta a veterinária.
De acordo com a Ufra, há um cronograma do projeto para percorrer os municípios de Icoaraci, Outeiro, Ananindeua, Benevides, Marituba, Santa Bárbara e Mosqueiro. Porém, os técnicos e pesquisadores aguardam a aprovação do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico para dar andamento às atividades.
Fonte: G1 - Publicado neste site em 23/07/2013