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Justiça condena veterinária a pagar R$ 11,1 mil por morte de cão poodle

Fred, de 5 anos, morreu após tomar anestesia para tratamento nos dentes.
Procedimento foi feito após recomendação médica em clínica de Amparo.

A Justiça condenou uma médica veterinária de Amparo (SP) a indenizar em R$ 11,1 mil por danos morais e materiais o dono de um cachorro, da raça poodle, que morreu após ser submetido a uma tartarectomia, para retirada de tártaros dos dentes. A responsável pelo tratamento do cão desde filhote, Kátia Pereira Michelini, pretende recorrer à decisão em primeira instância do Juizado Especial Cível.

O cachorro Fred, de 5 anos, não apresentava problemas de saúde visíveis. Ele passou por avaliação clínica da médica e do anestesista antes do procedimento feito em agosto de 2011. Segundo a veterinária, o animal passou pelo procedimento após diagnosticar o acúmulo de tártaro, que desencadeava em problemas de mau hálito. A sentença, publicada no início deste mês, afirma que a profissional agiu de forma negligente por ter aplicado anestesia geral, sem antes ter realizado ou solicitado exames prévios.

No entanto, a veterinária afirma que fez o pedido. “O responsável pelo cão disse que não teria tempo hábil para fazer o exame e preferiu realizar o procedimento”, defende Kátia Pereira Michelini. Já o advogado e dono do cão, André Luiz Ferreira Cunha, rebate e diz que não recebeu nenhuma solicitação prévia.

Cunha afirma que o animal realizou outras vezes a limpeza de dente, seguindo a recomendação da especialista. “A veterinária que insistiu para repetir os procedimentos e confiava nessas orientações, pois ela dizia que isso poderia proporcionar riscos a saúde do Fred, como desenvolvimento de doenças no estômago”, explica.

O exame de necropsia citado na sentença indica que o animal faleceu por síncope cardíaca associada ao provável quadro de discrasia sanguínea. Segundo a médica veterinária, as causas do óbito não estariam relacionadas com o tratamento e de acordo com o parecer técnico feito a pedido da clínica o laudo é inconclusivo. “O cachorro morreu depois de 18 horas do atendimento e era a terceira vez que o animal passava pela limpeza”, detalha.

Já segundo a decisão judicial o problema seria constatado se o hemograma tivesse sido feito como mostrou o laudo levado em consideração no processo.

Danos
O dono do animal decidiu processar a clínica veterinária onde o cachorro realizou o procedimento depois de seis meses da morte. “Não tinha vontade de ficar lembrando disso, ainda mais porque estava em choque e muito triste depois da morte do Fred”, alega.

Para o advogado, a iniciativa de procurar a Justiça surgiu por conta de evitar novas ações feitas sem cautela em relação ao tratamento animal. “Os tratamentos precisam ser feitos com mais prudência para evitar que outros animais e outras pessoas passem por esse tipo de sofrimento', afirma. A condenação determina o pagamento de R$ 10 mil por danos morais e R$ 1,1mil por danos materiais.

Processo
A clínica Au Au Miau, onde ocorreu o procedimento, está no mercado há 22 anos e presta atendimento a 500 animais por mês. Kátia considera o caso como uma “fatalidade” e pretende recorrer da determinação judicial. “Nunca passei por isso na clínica. O animal foi liberado quando já estava recuperado e depois ocorreram as complicações”, disse.


Fonte: G1 - Publicado neste site em 23/02/2013


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