Bichos: Poodles voltam a ganhar a preferência de criadores
Eles integram uma das raças de cães mais populares do mundo com uma história de mais de seis séculos
Eles integram uma das raças de cães mais populares do mundo com uma história de mais de seis séculos e passagens nas cortes dos reis franceses, desde Louis XIV. Sim, estamos falando dos poodles, que estão voltando com força total na preferências dos criadores e arrebatando prêmios nacionais e internacionais. Nas últimas exposições mundiais de cinofilia, os poodles ganharam o destaque de Best in Show.
Entre os criadores brasileiros, a Bahia conta com um canil campeão, vencedor das primeiras colocações no Dog Show e na Confederação Brasileira de Cinofilia (CBKC), o EdySheibux (www.facebook.com/giovana.biaoneves) localizado em Salvador, que possui os melhores poodles brasileiros, com animais enviados para todo o país, além de também exportarem o pedigree brasileiro para a Argentina e países europeus.
De acordo com a criadora Giovana Bião, o interesse nos poodles é explicado no próprio animal, que possui a docilidade e a inteligência como suas principais características, garantindo a preferência como animais de companhia. “A raça ficou marginalizada porque, durante muito tempo, criadores inescrupulosos, em vez de aprimorarem a raça, ficaram mais preocupados em lucrar, gerando animais com graves problemas físicos e comportamentais”, esclarece.
O retorno do interesse sobre os poodles vem proporcionando, inclusive, mudanças nos padrões definidos pelas instituições de cinofilia e na preferência dos amantes de cães. Giovana diz que além das cores branco, marrom, abricó, cinza, os criadores também passam a valorizar o red, chocolate e preto. “Os poodles pretos não são comuns no Brasil, mas são preferência na Europa”, diz, destacando que no continente europeu também se valoriza características genéticas dos chamados sablins (quando o animal apresenta uma pelagem em degradê, geralmente entre o marrom e o dourado) ou os part colors (cães que possuem duas cores na pelagem).
Outro aspecto positivo destacado pela criadora campeã é o aprimoramento genético que possibilita que os novos animais nasçam sem carcterísticas da raça como a displasia femural, os problemas oculares e cardíacos. “Nesses dez anos que aprimoro a raça, nunca tive poodles com problemas cardíacos”, pontua, lembrando que os problemas genéticos costumam impactar na vida da criação por até quatro gerações.
Ela faz questão também de lembrar que o retorno da criação de poodles possibilita alertar as pessoas para algumas aberrações do passado não voltarem a acontecer, como é o caso dos chamados poodles microtoys. “Não existem microtoys. Existem poodles grandes (de 45 a 60 cm de altura), médios (35 a 45 cm), anões (28 a 35 cm) e toys (abaixo de 28 cm)”, esclarece, ressaltando que os chamados microtoys eram resultado do cruzamento entre os menores e mais frágeis de uma ninhada.