Novo dispositivo permitirá traduzir latidos em linguagem humana
Quem já assistiu ao filme “Up – Altas Aventuras” (2009) provavelmente teve um desejo imenso de que o seu cachorro de estimação fosse como o Dug, um Golden Retriever que, com a ajuda de um aparelho preso ao pescoço, consegue falar e até estabelecer diálogo com uma pessoa. Como é de praxe, a vida, agora, parece imitar a arte: um dispositivo semelhante a esse deve, em breve, fazer parte da vida do homem, sem que os donos precisem jurar, de pé juntos, que entendem perfeitamente o que está por trás dos latidos do seu cão de estimação.
O projeto que dará voz, de fato, aos cachorros, iniciado pela empresa tecnológica Indiegogo, promete elevar a conexão entre os humanos e seus pets a um nível no mínimo interessante. Trata-se do “No more Woof”, ao pé da letra, algo do tipo “latidos nunca mais”, um dispositivo que, quando colocado na cabeça de um cachorro, consegue traduzir o que ele está pensando e “falando” em uma linguagem humana.
Para funcionar, o “No More Woof” conta com uma série de sensores que medem os padrões da atividade cerebral do cão, suas necessidades e como se expressam. Todos os pensamentos são traduzidos em frases bem curtas, como “estou com fome”, “estou entediado”, emitidas em um alto-falante, que também fica próximo à cabeça do cachorro.
Previsão. Em um primeiro momento, o dispositivo – que por enquanto está sendo testado só entre cães e sem interferência de humano – não irá fazer com que aconteça um papo cabeça com o seu pet, mas dará pistas de como ele se sente.
Segundo a página do projeto, a versão mais simples do dispositivo, que custará US$ 65 (aproximadamente R$ 150), é capaz de identificar apenas padrões simples como cansaço, fome e curiosidade, coisas que um bom dono já percebe naturalmente. Outras versões já estão sendo testadas e, de acordo com o Indiegogo, resultados maiores para traçar um bom papo a dois poderão aparecer dentro de um ano.
Treinamento aguça sentidos
No ano passado, pesquisadores do Centro de Trabalho Canino da Universidade da Pensilvânia treinaram uma equipe de pastores e retrievers para farejar amostras de laboratório contendo câncer de ovário. Também estão sendo usados sabujos para prever ataques epilépticos e infecções potencialmente fatais.
Um labrador do Centro de Treinamento de Cães Farejadores de Câncer de Chiba, no Japão, acertou 98% das vezes ao identificar os primeiros sinais de câncer de cólon.