Professor responsabiliza hospital por morte de cão decorrente de asfixia
Sabrina Alves
O proprietário de um cão da raça Cocker acusou um hospital veterinário de Uberaba de negligência. O caso se deu após o professor Aírton de Souza Aragão levar o animal para fazer um procedimento de radiografia em um hospital veterinário, porém, o cão estava com câncer no palato, localizado na região da boca e do fucinho, e, com isso, sua respiração ficava prejudicada.
De acordo com o professor, ao fazer o exame, o técnico responsável acabou amarrando o focinho do cachorro com um cordão de nylon, o que ocasionou a asfixia do animal. “Ao invés do técnico utilizar uma fucinheira própria, que é o procedimento padrão, usou um cordão de nylon. Em razão disso, o cachorro não pôde respirar e teve uma parada cardiorrespiratória, vindo a óbito”, relatou.
Ainda de acordo com o dono do animal, foram solicitadas explicações à direção do hospital, que agendou uma reunião para relatar o que de fato aconteceu e, consequentemente, apresentar o laudo de necropsia. “O resultado apresentado pelo hospital foi de que o animal morreu sufocado durante o procedimento de raio-X. Isso porque não é de costume do hospital o pedido, ou seja, não há comunicação entre os setores da instituição”, declarou Aragão.
Conforme o laudo oficial do hospital apresentado pelo professor, a instituição declarou na carta-resposta que o “paciente Orfeu precisava realizar exame de raio-X pulmonar para verificar a existência de metástase do tumor que apresentava no palato mole, para que pudessem ser definidos a conduta e a mediação oncológica; seguindo as normas definidas no manual de procedimentos operacionais do HUV, o auxiliar clínico procedeu dentro das recomendações previamente definidas neste manual”.
“Somente após a efetuação da necropsia do paciente, foi possível concluir que ele apresentava massa neoplásica de consistência firme em região de palato mole e que esta evadia dos seios paranasais, além de metástase pulmonar”, descreveu.
Ainda de acordo com o laudo, o hospital afirmou que como o paciente (cão) não apresentava nenhum sinal de dificuldade respiratória, não sendo possível prever que a contenção poderia prejudicá-lo.
Sendo assim, o advogado de defesa do professor, Eder Ferreira, afirmou que não há dúvida de que há total responsabilidade do hospital veterinário pela morte do animal de estimação. “É lamentável que uma instituição que tem o dever de cuidar e salvar animais, ao contrário, os mate”, observou.
Procurados pela reportagem do JU, os médicos e professores responsáveis pelo laudo e pela carta-resposta não foram localizados.