Acarinhar em excesso um gato pode criar estresse ao animal, revela pesquisa
Os donos de gatos adoram acariciar os animais de estimação com frequência, mas a recíproca em boa parte das vezes não é exatamente essa. Nutras palavras: o carinho contínuo do dono pode ser um tormento para o felino, que acaba por ficar estressado pelo toque humano.
Isso é o que aponta um estudo divulgado por investigadores da Universidade Lincoln, nos Estados Unidos, no jornal Physiology & Behavior, que detectou que felinos tendem a libertar hormonas relacionadas com a ansiedade quando em contacto com humanos.
Para chegar à descoberta, os cientistas analisaram o convívio de gatos e humanos em 60 lares, levando em conta se os animais viviam sozinhos, em pares ou em grupos de mais de três animais.
Os seus donos responderam a questionários relatando o tipo de humor do felino (mandão, tímido ou de fácil trato), a resposta do animal a carinhos (detesta, tolera e gosta) e recolheram fezes dos animais, que em análise podem revelar traços de hormonas relativas à ansiedade.
Assim, os pesquisadores relatam que, de 102 gatos analisados, boa parte vivia em estado de stresse. Desses, o perfil de gato que mais sofre é o do felino com até dois anos de idade que vive em casa sem a presença de outros gatos.
Isso sugeriria que o convívio entre múltiplos gatos acaba por promover um ambiente mais saudável para os animais, que podem revezar o papel de alvo dos carinhos do dono, insinuam os autores do estudo.
A convivência felina revelou-se mais cómoda para os animais — contrariando a crença de que gatos não gostam de dividir o espaço — desde que cada gato tenha o seu espaço na casa.
Os resultados reforçam a importância de que o dono garanta a todos os animais total controlo sobre a sua área no ambiente, diz, na divulgação do estudo, Daniel Mills. Portanto, quem tem vários gatos deve procurar dar-lhes a opção de dividir ou não o espaço, com áreas próprias para beber água, comer e fazer as necessidades.