Ações educativas precisam ser instauradas para sensibilizar população e evitar lesões causadas por cães
De acordo com dados de instituições médicas americanas, 4,7 milhões de pessoas sofrem algum tipo de lesão provocada por mordidas de caninos, nos Estados Unidos. E a classe mais atingida pelos cães são as crianças, seguidas pelos idosos e pelos funcionários dos correios.
O público infantil representa o número dos 600.000 acidentes envolvendo mordidas de cachorros no país por ano. Os números extensos despertaram a atenção da Academia Americana de Pediatria (AAP), Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos (ASPS), Sociedade Americana de Microcirurgia Reconstrutiva (ASRM), e Sociedade Americana de Cirurgiões Buco-Maxilo-Facial (ASMS) na promoção de ações que possam informar a população e evitar tais acidentes.
E com o intuito de alertar a sociedade sobre os malefícios das lesões por cães, as quatro organizações americanas lançaram a Semana Nacional de Prevenção às Mordidas de Cachorro, que reúne associações médicas, veterinárias e representantes dos correios.
Segundo as instituições, as crianças são os alvos mais constantes e fáceis para os cães, apresentando 3 vezes mais propensão aos ataques do que adultos. Aproximadamente 33.000 cirurgias de reconstrução nos EUA são ocasionadas por ataques de cachorros.
No Brasil
O cirurgião plástico Ruben Penteado, diretor do Centro de Medicina Integrada de São Paulo e membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, falou sobre os profissionais médicos mais habituados às ocorrências de mordidas caninas.
“Cirurgiões plásticos, pediatras e cirurgiões maxilo-faciais são os profissionais que tratam das vítimas de ataques de cães e mais comumente presenciam de perto o poder devastador das lesões causadas por ataques de cachorros”, confirmou o médico.
Por conta da propensão das crianças a ataques caninos, o médico ressalta que ensinar sobre as medidas de prevenção aos pequenos é crucial.
“Assim como ensinamos as crianças a tomarem precauções quando andam de patins ou bicicleta, devemos preveni-las sobre os riscos de se aproximarem muito dos animais, mesmo os de estimação, pois quando os ataques acontecem, nariz, boca e bochecha são os principais alvos. E como a pele das crianças é mais fina e vascularizada, a mordida pode provocar sérias deformidades”, alertou o cirurgião.
Prevenção
Com posicionamento paralelo ao dos Estados Unidos, o diretor avaliou a importância da sensibilização social sobre o tema.
“Visando prevenir o ataque de cães, é preciso desenvolver um trabalho educativo com as crianças, os pais e a população em geral, conscientizando todos sobre os riscos e a gravidade desse tipo de acidente, destacando-se que a prevenção é possível de ser realizada e apresenta resultados altamente satisfatórios”, assegurou Penteado. Vacinar os animais e saber detectar comportamentos estranhos são imprescindíveis para garantir segurança tanto para o cão quanto para seu tutor e pessoas próximas.
Fonte: A Crítica - Publicado neste site em 02/09/2012