A adoração a elementos da natureza pelos antigos egípcios, especialmente para com os gatos, é um dos maiores elementos culturais que observamos até hoje dos registros que temos do Egito Antigo. Mas afinal, o que levava essa civilização a endeusar os gatos?
O gato foi um dos animais domesticados no local, e sua atuação natural na cadeia alimentar — como predadores de ratos — chamou a atenção das populações e, principalmente, dos religiosos e da nobreza. Os gatos caçavam os ratos, escorpiões e cobras que destruíam suas colheitas e plantações, logo, eles deveriam ser algum tipo de presente divino.
Os gatos estavam presentes na mitologia e religião dos egípcios, expressa principalmente pela imagem da deusa Bastet, com cabeça de gato. Representando a fertilidade, a divindade protegia as mulheres grávidas, já que as gatas protegiam seus filhotes com carinho e atenção — como foi observado pela realeza egípcia.
Nos templos dedicados a Bastet, havia sempre uma criação de gatos, que eram alimentados e cuidados. Porém, eram oferecidos para a deusa quando tinham cerca de 10 meses. A morte era ritualística, e os felinos eram embalsamados e mumificados.
Não são poucas as vezes que animais são encontrados em templos egípcios no estado de conservação dedicado a grandes figuras da nobreza. Assim como nos dias de hoje, as pessoas eram apegadas aos seus bichos de estimação, portanto mesmo os animais que não eram criados em nome de Bastet eram mumificados simplesmente por terem sido queridos em vida.
O faraó Amenhotep III, por exemplo, tinha um sarcófago para seu gato Tamit, para ser usado para seu descanso pós-vida quando o bichano morresse. Aliás, quando os animais morriam, alguns membros das famílias mais apegados aos bichos poderiam mostrar seu luto de diferentes meios, com a morte de um gato uma das sobrancelhas era raspado.
Além do luto, a beleza dos gatos era referência para as mulheres, que pintavam os olhos com o contorno do olhar penetrante dos felinos. Muitas eram as homenagens que existiam para lembrar a vida deles.