De colares havaianos e tiaras de diabinho, cem cachorros do canil municipal de Florianópolis tiveram neste sábado seu próprio Carnaval, com direito a decoração temática, brincadeiras, passeios e muita atenção.
Munidos de petiscos, cerca de 90 voluntários participaram da 'Cão Terapia de Carnaval', promovida pela OBA (Organização Bem-Animal), com apoio da prefeitura.
A 'terapia' canina ocorre todo fim de semana no Centro de Zoonoses da cidade, desde 2007, e atrai por volta de 50 interessados em passar um tempo ao lado dos cães.
'A expressão dos voluntários é sempre um sorriso, de estar fazendo o bem, e sem precisar de grandes esforços', disse a fundadora da OBA, Ana Lúcia Martendal.
Em datas como Carnaval, Páscoa e Halloween, a ONG promove festas para chamar a atenção de mais gente e estimular a adoção dos bichos.
'O objetivo maior é achar um lar para eles. Passeio ameniza a solidão, e eles têm assistência médica e comida, mas precisam de afeto todo dia', disse Martendal.
O Carnaval dos cães não tem música. 'Isso é mais para humanos. Para animais, é perturbador, o ouvido deles é mais apurado', afirmou.
Todos os cachorros, a maioria sem raça definida, foram recolhidos pela prefeitura por denúncias de maus tratos. Dez gatos também vivem no local.
Ontem, oito pessoas se interessaram em adotar algum animal. Candidatos passarão por entrevista e visita de técnicos da prefeitura em casa.
'Não foi só chegar e sair com o cachorro. Ficaram a tarde toda observando como eu me relacionava com o animal', disse o administrador Armando Rodrigues Filho, 28, que adotou o cão Bigorrilho em novembro de 2010.
'Todo mundo é carente de afeto, atenção, e a relação com um animal é uma troca. Você cuida dele, dá carinho, e ele retribui.'